Ele me encarou, parecendo surpreso pela pergunta inesperada. Voltou a olhar para o céu, ficando mais confortável ainda na grama fofa.
- É claro que sim.
Silêncio.
- Eu tenho medo de não fazer a escolha certa.
Ele me olhou novamente, e dessa vez esqueceu as nuvens branquinhas que pairavam sob nossas cabeças.
- E se tudo der errado? - Perguntei.
- Se der errado, a gente conserta. Voltamos para o começo e esquecemos os erros.
Dessa vez, ele desviou o olhar. Parecia não se importar com a conversa que estávamos tendo e, pela primeira vez naquela tarde, me senti desesperada.
- Como assim esquecer os erros? Não dá.
- É claro que dá.
Cruzei os braços sob o peito e fechei a cara. Como ele poderia achar tudo tão fácil?
- Não é tão simples assim.
Ele me olhou pela terceira vez e, esboçando um sorriso, disse:
- Sim, querida, é simples assim.