quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Diferente, mas igual.


Eu estava na internet, como em qualquer dia normal, e então me deparei com um anônimo que fez uma pergunta para um garoto, num site chamado Formspring. O site é de perguntas e respostas, então até aí tudo bem. Mas o que me interessou foi a resposta que o garoto deu. O anônimo perguntava se ele preferia TV Cultura à Globo, e ele respondeu que "não era desses metidinhos à indie, que não gostam de tudo que é popular" e que preferia a Globo.


Emissoras à parte, eu achei interessante o que ele disse sobre ser indie. Hoje em dia todo mundo tenta se mostrar autêntico, diferente e especial. O fato é que, mesmo sem perceber, isso tudo é apenas um modo dessas pessoas de tentarem ser melhor do que os demais - lendo livros considerados intelectuais, ouvindo músicas que ninguém ouve pra dizer que são diferentes, sendo grosseiros, odiando o próprio país e/ou tendo uma atitude blasé em relação à tudo.

Não odeio esse tipo de gente, não, não me entenda mal. Se você quer saber, eu mesma já fui assim. Acho que ainda sou, até, mas isso é outro assunto. Mas percebi, com aquela resposta que o garoto deu para uma pergunta boba de um anônimo, que as pessoas, em seu desespero de serem diferente de todo mundo, se tornam iguais.

Acompanhem meu raciocício: Um belo dia você acorda e se depara com todo mundo ouvindo músicas que ninguém conhece, se vestindo de um modo que ninguém se veste, escrevendo textos que ninguém entende e lendo livros que ninguém lê. Isso os torna iguais, não? Mas, nesse caso, a semelhança entre eles os faz ficarem distantes. Afinal, do que irão conversar? Sobre canais de TV? Não. Esse tipo de gente vai ser hostil, se achando melhor que todos os outros sem realmente ser. Encontro um indie aqui, se achando único, e, ao dobrar a esquina, me deparo com outro igualmente cheio de orgulho de si mesmo.

Qual o ponto de tentar ser alguém que você não é, se depois que alguém te conhecer a fundo, descobrirá que o ar blasé que você tinha ao postar em seu blog não combina com o modo como você age perto de amigos?

Pois eu os convido a deixarem de lado a diferença.
Porque mesmo com muita gente ouvindo Taylor Swift, gostando de Twilight, usando all-star com jeans e assistindo os especiais de fim de ano da Globo, por exemplo, ainda não somos os mesmos. Perder a identidade é o pior jeito de descobrir que você perdeu um tempo valioso de sua vida sendo mais um no mundo.


Então eu, a Luciana igual à tantas outras desse mundo, lhes desejo um Feliz Natal e um próspero Ano Novo! (Assim como todo mundo faz.)

Um comentário:

  1. noos, que lindo.

    adorei o modo como escreveu tudo, e adorei o tema, tudo tudo.

    MUITO boom! :*

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